Resumo
A base do cuidado para pacientes com lesões cerebrais graves é monitorar e controlar a pressão intracraniana (PIC), a pressão de perfusão cerebral (CPP) e a pressão arterial média (PAM), enquanto gerencia as flutuações que podem levar a mais lesões cerebrais. Diversas medidas podem ser implementadas na prática para tais controles, incluindo elevar a cabeceira da cama, hipotermia, medicamentos analgésicos e sedativos, ventilação mecânica, bloqueio neuromuscular, hiperventilação controlada e terapia de fluidos. A posição terapêutica da cabeça desempenha um papel crucial nesse manejo, pois pode ter efeitos benéficos na fisiologia cerebral desses pacientes, permitindo a redução da PIC sem comprometer a CPP e o débito cardíaco. O objetivo deste estudo é, portanto, realizar uma revisão da literatura para fornecer uma análise crítica e atualizada dos efeitos da elevação da cabeça na pressão intracraniana e na oxigenação cerebral em pacientes com lesão cerebral aguda. O presente estudo envolve uma revisão sistemática e integrativa de natureza qualitativa e descritiva, com base na estratégia de busca e análise “PICo”. A pergunta orientadora é: “Quais são os efeitos da elevação da cabeça na oxigenação cerebral e na pressão intracraniana em pacientes com lesão cerebral aguda. Entre todos os resultados obtidos, vale destacar quatro posições específicas que causaram alterações na pressão intracraniana (PIC): (a) supino com elevação da cabeça a 45º (diminuição de 9,68 ± 5,6 para 7,48 ± 5,8), (b) lateral esquerda com elevação da cabeça a 15º (aumento de 9,92 ± 6,4 para 11,42 ± 5,1), (c) lateral direita com elevação da cabeça a 15º (aumento de 9,2 ± 6,0 para 12,13 ± 7,72) e (d) elevação dos joelhos com elevação da cabeça a 45º. Em relação à hipertensão intracraniana pós-traumática, o objetivo não é apenas reduzir a pressão intracraniana, mas também manter um fluxo sanguíneo cerebral suficiente. Para alcançar isso, os tratamentos mais apropriados para a situação devem ser escolhidos. No caso de pacientes gravemente enfermos com lesão cerebral aguda e hipertensão intracraniana associada, a manobra clínica empregada para reduzir a pressão intracraniana é a elevação da cabeça. No entanto, esse manejo clínico também induz alterações na pressão de perfusão cerebral, impactando assim a oxigenação cerebral.